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23 de outubro de 2017

Coherence – um filme que vai explodir sua mente


Coherence, um suspense sci-fi independente lançado em 2013, é um desses filmes que talvez você não conheça, é também uma dessas obras perturbadoras da mesma categoria de Donnie Darko, O Predestinado e Amnésia, por exemplo. Se você já viu um deles, já sabe do que estou falando. Aliás, essa produção se encaixa bem no meu post Os melhores filmes-cabeça de todos os tempos.

Dirigido pelo roteirista da animação Rango, James Ward Byrkit, Coherence – seu primeiro trabalho como diretor – é uma obra que desafia a nossa mente, no melhor estilo “blow your mind”, sendo assim, é categórico que você saiba o mínimo possível sobre a trama de Coherence. O que você pode saber é apenas isso: oito amigos se reúnem para um jantar na casa de um deles na noite em que um cometa está passando pela órbita da Terra. A noite vira um caos quando coisas estranhas começam a acontecer. Isso é tudo!


Esse elogiado sci-fi explora questões de física como o experimento do Gato de Schrödinger e temas complexos como realidade alternativa, cuja temática já foi explorada em filmes como Donnie Darko, Complicações do Amor e na ótima série Fringe. No entanto, Coherence traz um novo e peculiar olhar sobre a questão dos universos paralelos, explorando-a ao máximo, de forma realista, engenhosa e brilhante. É esperado que você fique confuso em alguns momentos, o filme demanda muita atenção do espectador, portanto é recomendável que você o assista uma segunda vez para um entendimento mais satisfatório.

A escolha de James Ward pelo estilo “documental” atribui à fita uma sensação de realidade que incomoda e nos deixa mais próximos aos personagens. A competente atuação do elenco e a trilha sonora intimista somam às outras qualidades de Coherence, que já é um cult declarado, e uma das ficções científicas mais instigantes e impressionantes desse milênio.

Coherence está disponível no YouTube, completo e legendado. CLIQUE AQUI e desafie sua mente!

Coherence, segundo eu mesmo. Atenção! SPOILERS a seguir! 


O final ambíguo é do tipo que deixa o seu cérebro fervendo a ponto de um curto-circuito, fiquei atônito da mesma forma que Donnie Darko e O Predestinado me deixou. Passadas algumas horas após o fim do filme, você perceberá que sua trama não é tão complicada assim, embora precise revê-lo duas vezes para pegar todos os detalhes que surgem durante o seu desenvolvimento.

Segundo o meu entendimento, Coherence explora o mote dos universos paralelos, e o seu grande trunfo consiste em explorar a fusão de várias realidades alternativas, criando personagens que estão em tempo e espaço diferentes. A passagem do cometa é o que possibilita a abertura dessas novas dimensões do Universo, o tal do “lugar escuro” da rua, que os personagens comentam, deve ser uma espécie de “portal” para uma nova realidade, pois quando alguém passa por ele, este já não consegue retornar à sua realidade original. Por isso, quando um personagem sai de casa, eles provavelmente não voltarão à sua realidade de origem.


Em (Emily Baldoni), a loira, percebe logo a lógica da situação em que está envolvida e decide usá-la a seu favor. Para se livrar de sua vida de sonhos frustrados, ela sai da casa na qual seus amigos estão em conflito e busca a sua melhor realidade. Quando a encontra, tenta matar a sua versão “mais feliz”, com o objetivo de assumir o lugar dela. Ou seja, pode-se inferir que o cometa contribuiu para a personagem encontrar a sua versão mais “obscura”, dando a entender que, cada um de nós, possui dentro de si um “lado perverso”.

Depois que você esmiuça Coherence, tudo fica mais coerente e mais simples do que se esperava, e percebe que a obra sci-fi apenas usa a física, as teorias de relatividade e as dimensões paralelas para abordar assuntos inerentes ao ser humano, como o medo do desconhecido, os arrependimentos e a oportunidade de ganhar uma segunda chance para consertar uma vida que foi deteriorada por decisões equivocadas.

2 comentários:

  1. É um filmaço para quem gosta do estilo.

    Além dos cults que você listou, eu citaria ainda filmes como "Pi" e "Primer".

    Abraço

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    Respostas
    1. Tenho que ver Primer ainda, esse Pi também é muito bom, mas lembro pouco dele.

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