Destino Especial

Apontado por mim, nesse post, como um dos filmes de ficção científica mais promissores do ano, Destino Especial (Midnight Special, 2016) superou as minhas expectativas, e melhor ainda, a obra scifi mostra a faceta spielberguiana de Jeff Nichols, cineasta de marca autoral e responsável pelo desconcertante O Abrigo.

Michael Shannon (sempre ótimo em cena) encabeça o elenco e interpreta Roy, pai de um garoto com poderes extraordinários e que tenta, a todo custo e com um amor e dedicação incondicional, proteger o seu filho. Com uma força sobrenatural capaz de derrubar satélites da atmosfera da Terra, Altom (Jaeden Lieberher) é visto pelo governo americano como uma arma, já para um grupo de religiosos, ele é um salvador. Para fugir de toda essa gente, Roy, com a ajuda do amigo Lucas (Joel Edgerton), parte numa jornada repleta de desafios e descobertas.

A premissa “pai e o filho com poderes especiais são perseguidos pelo governo” não é original, mas Jeff Nichols conta essa história de uma forma que desconstrói qualquer sensação de “déjà vu” que você venha a ter, com sensibilidade e foco na relação humana, além disso, o diretor flerta com vários gêneros cinematográficos, sempre na medida certa, e sabe fazer um bom aproveito do realismo fantástico presente na trama.

Além de trazer toda a aura das aventuras juvenis dos anos 80, inclusive aquelas com Steven Spielberg envolvido, Destino Especial também retrata algo recorrente nas obras do cineasta de E.T., a paternidade.  A devoção de Roy ao filho é comovente, do tipo que pode sacrificar sua vida para que Altom alcance o seu destino mais que especial.

A relação entre pai e filho é sem dúvida o cerne de Destino Especial, Nichols preferiu não se ater a explicações sobre a origem dos poderes, e se concentrar em deixar o espectador envolvido no mistério, ademais, realizou um clímax bonito, revelador, mas um desfecho melancólico, típico de uma obra do cineasta. Clique aqui e confira o trailer.