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17 de fevereiro de 2016

Deadpool – um super-herói nerd e subversivo




Há quase seis anos estreava Kick-Ass Quebrando Tudo, até então, o filme de super-herói mais ousado, violento e politicamente incorreto já produzido. Agora, Deadpool (2016) rouba esse título metralhando palavrões e balas exacerbadamente e sem um “pingo” de vergonha, abrindo um novo precedente para o gênero: os de filmes de super-heróis com classificação 18 anos. 

Deadpool tem uma trama do tipo “já vi isso antes”, é a mesma fórmula das histórias de origem de super-heróis, e o final é bem previsível, mas até o próprio protagonista, Wade/Deadpool, sabe disso e tira sarro.

No entanto, o filme dirigido pelo estreante Tim Miller, atrai principalmente pelo seu super-herói (ou seria anti-herói?) subversivo, debochado, nerd, furioso, irreverente, hilário...uma figura distinta de todos os outros que já vimos no cinema. Ryan Reynolds estava destinado a esse papel desde sempre, é visível o seu empenho tanto em cena quanto fora dela, atuando incansavelmente na promoção do longa. Depois de vestir a roupa verde no horroroso Lanterna Verde, ele super merece sentir o gostinho do sucesso.


 
As cenas de ação são boas e não decepcionam, mas nada é melhor do que ouvir o falastrão Deadpool e suas piadas sexuais e sobre a cultura pop/nerd, nem a Fox – que financiou o filme, saiu ilesa – tem pra todo mundo: X-Men, Hugh Jackman, Star Wars e até Ryan Reynolds – citando ele mesmo num instante metalinguístico hilário.

A respeito de referências pop, Deadpool é um exemplar riquíssimo, e quem tem menos de 20 anos só “acompanhará” as piadas sobre o universo Marvel. No entanto, os maiores de 30 anos, verdadeiro público-alvo da produção, vão se deliciar com as piadas sobre a Sinead O´Connor – não conhece? Veja seu clipe mais famoso – e com a homenagem ao clássico Curtindo a Vida Adoidado – nunca viu? – assista ao trailer e descubra.


Outro ponto a favor de Deadpool foi a escolha de Tim Miller em mascarar uma comum “história de origem” utilizando-se da narrativa não linear – alternando entre acontecimentos do presente e do passado. E o que dizer do par romântico e efervescente de Reynolds, Morena Baccarin, que exala sensualidade e talento em todos os frames.

Deadpool pode não ser grandioso, ter uma história simples, mas cativa pela subversividade e bom humor do super-herói e  roteiro ousado – convenhamos, o sexo anal e a interação com o espectador, são detalhes bastantes atrevidos para o gênero não?, ou melhor, eram, de agora em diante, Hollywood encomendará produções com classificação R até a gente ficar saturado, mas tanto faz, Deadpool já está consagrado como aquela obra que renovou, de forma destemida e sem vergonha de mostrar o furo na bunda, os filmes de super-heróis.

NOTA: 8,5

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