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25 de janeiro de 2015

4 Filmes Interessantes Que Você Não Viu em 2014






Se há muitos bons filmes que são lançados nos cinemas durante o ano, existem muito mais que não chegam nem perto do circuito comercial. Escolhi quatro obras peculiares e elogiadas pela crítica no ano de 2014, contudo, já estamos em 2015 e elas continuam desconhecidas por uma grande maioria. A culpa pode ser atribuída ao mercado de cinema que prioriza os blockbusters de grande apelo comercial e esquece dos pequenos "achados" que a sétima arte produz.





Locke - Um ator em cena, uma só locação. Toda a história do filme se passa dentro de um carro. Tom Hardy (Guerreiro), interpreta Ivan Locke, um homem que tenta resolver vários problemas por telefone enquanto dirige em direção a um lugar onde terá que lidar com um erro do passado. Dirigido por Steven Knight, Locke é claustrofóbico, tenso, totalmente dependente da atuação de Hardy, que compõe uma das melhores performances de sua carreira. Apesar de muito elogiado, o filme não tem previsão de estreia no Brasil, deve chegar direto em DVD em algum momento nesta vida, ou na outra. Veja o trailer.




O Predestinado (Predestination) -  Ethan Hawke (Boyhood) estrela esta surpreendente ficção científica australiana dirigida pelo The Spierig Brothers (2019 – O ano da extinção). O filme é desses que vai deixar você embasbacado, violentamente perplexo. Assistir O Predestinado apenas uma vez, será algo difícil de fazer. A trama, de forma bem resumida para revelar o mínimo possível, envolve um agente temporal (Hawke), que vai e volta no tempo, a fim de prevenir desastres. Para capturar um terrorista, ele pede a ajuda de uma mulher hermafrodita, interpretada brilhantemente pela atriz Sarah Snook. Para quem aprecia um filme que desafia a inteligência, O Predestinado é altamente recomendável. O thriller foi lançado direto em DVD no Brasil no fim do ano passado. Confira o trailer.




Frank - Michael Fassbender (Hunger) é o líder de uma banda e usa uma cabeça falsa gigante nesta produção britânica indie. Na história, Jon (Domhnall Gleeson) é um jovem tuiteiro e aspirante a compositor, e que um dia, por acaso, se depara com os integrantes da banda Soronprfbs. O garoto ruivo então é convidado a substituir o tecladista da banda, já que este tentou o suicídio. O longa se concentra na convivência de Jon, deslumbrado com Frank e a banda, e no seu processo de autodescoberta. Vendido como comédia, Frank está mais para um drama melancólico e esquisito, mas é um bom filme, principalmente para quem curte música. Ouvir o Fassbender cantando I Love You All, já vale o download ingresso. Frankassista o trailer  - está previsto para estrear em março nos cinemas nacionais, mas acho difícil.




O Senhor Babadook (The Babadook) – Aqui está outra obra cinematográfica da Austrália que não pode passar despercebida. Se você não leu a minha crítica sobre o filme, clique aqui - ou role a barra para baixo. Mas aqui vai uma breve introdução: The Babadook é um suspense psicológico centrado no relacionamento entre uma mãe depressiva e o filho de comportamento difícil, a relação piora quando uma força sobrenatural começa a assustá-los, o desespero e o medo, então, os obrigam a perpetrar atos inimagináveis. A fita foge da fórmula dos filmes de suspense de Hollywood, e  isto já é motivo suficiente para você vê-lo. Esta obra angustiante não foi lançada nos cinemas, mas já está disponível no Netflix.

17 de janeiro de 2015

The Babadook (O Senhor Babadook) - Um suspense com diferencial




Dificilmente escrevo sobre filmes de terror ou suspense aqui no blog, talvez porque ultimamente são poucos os que realmente me impressionam. O ótimo Invocação do Mal é uma exceção, por exemplo, de uma safra repleta de produções fracas e sem originalidade.


O filme australiano O Senhor Babadook (The Babadook, 2014), da estreante diretora Jennifer Kent, é uma boa surpresa do gênero. O longa bastante elogiado é um suspense psicológico e fortemente dramático concentrado na relação difícil entre a mãe depressiva e o filho encapetado.


Inicialmente The Babadook é focado no relacionamento pra lá de estressante entre a mãe, Amelia (Essie Davis, incrível, encarnando a “cara” definitiva da depressão no cinema), e o filho Samuel (Noah Wiseman, um prodígio em cena). Samuel é uma criança aspirante a mágico e irritante em certos momentos, ele acredita estar sendo perseguido por um monstro, o Sr. Babadook, personagem de um livro “infantil”. A mãe não acredita no garoto, o luto pela morte do marido e o fato de ela não conseguir dormir a dias por causa dos pesadelos do filho, resulta em uma explosão de emoções e momentos de desespero que vai alimentar ainda mais a presença do monstro na casa.

 Mãe e filho reféns do  Sr. Babadook


Não espere grandes sustos e nem um filme baseado na fórmula de Annabelle e derivados, o legal de The Babadook é justamente ser diferente, de uma maneira que a apavorante criatura não é necessariamente o grande mal dentro da casa. 


 Em resumo, O Senhor Babadook é um suspense incômodo, angustiante, cheio de metáforas e enredo inteligente. É uma história sobre enfrentar o passado, os medos e saber controlá-los. O desfecho bizarro dá margem para várias interpretações. Esta joia do cinema me anima e mostra que o gênero terror/suspense ainda pode nos proporcionar bons filmes e histórias genuinamente perturbadoras. 

  Sam grita e se desespera no carro


Não encontrei informações "oficiais" de que o filme realmente estreou nos cinemas – se isso aconteceu, a estreia ocorreu em pouquíssimas cidades, também não há previsão do lançamento em DVD, mas você sabe muito bem onde você pode encontrá-lo, não é? Clique aqui e veja o trailer.


NOTA: 8,0

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10 de janeiro de 2015

8 Filmes de Ficção Científica para ver em 2015!





Como um nerd que sou, a ficção científica é meu gênero favorito desde sempre. Por isso, resolvi listar alguns filmes do gênero que vão estrear nos cinemas este ano, concentrando-se não em sucessos óbvios como Star Wars, mas em produções menores e outras que estou muito curioso para ver.




Caçadores de Espécies e o Símbolo Secreto Um dos filmes mais aguardados para quem curte ficção científica, ufologia e principalmente, porque é um longa independente brasileiro feito na raça por pessoas destemidas e engajadas que passaram três anos trabalhando para realizar uma obra, cujo gênero cinematográfico, não é muito comum aqui no Brasil. Caçadores de Espécies, dirigido por Nyck Maftum, foi filmado em Curitiba e já rodou diversos festivais internacionais, será distribuído nos EUA e este ano também será lançado em DVD no Brasil. O filme mescla conspiração, misticismo e debate, entre outros temas, a interferência de seres extraterrestres na humanidade. Confira aqui o trailer e aguarde novidades.



Projeto Almanaque – Seguindo os moldes de Poder Sem Limites, utilizando-se de câmeras subjetivas usadas pelos próprios atores, este projeto produzido por Michel Bay narra a descoberta de uma máquina do tempo por um grupo de jovens. A diversão no início logo geram efeitos inconsequentes para os amigos. A julgar pelo trailer, Projeto Almanaque parece ser bem divertido. O filme estreia em fevereiro.



O Destino de Júpiter Os Irmãos Wachowski precisam de um sucesso, que desde a trilogia Matrix, parou de acompanhá-lo. Já o talento dos diretores para construir espetáculos visuais e fitas de ação empolgantes continuam intactos, como podemos conferir no trailer desta ficção científica protagonizada por Channing Tatum e Mila Kunis. Tatum vive um ex-militar que tem a missão de proteger Jupiter (Kunis), que vive na Terra sem saber que é a Rainha do Universo. O filme deve estrear no mês de fevereiro. Trailer aqui!



Chappie - Neill Blomkamp, diretor de Distrito 9 e Elysium, comanda este filme que tem a maior cara de ser um dos melhores do ano. Hugh Jackman interpreta o dono da fábrica do robô com inteligência artificial. Dev Patel, Sigourney Weaver e Sharlto Copley também integram o elenco. Chappie é uma adaptação de um curta, Tetra Vaal, do próprio Blomkamp. Assista aqui o trailer da aventura.



Terra Chama Echo - Esta aventura juvenil feita para a família tem a sinopse semelhante ao clássico de Steven Spielberg, E.T. Quatro amigos descobrem na vizinhança um pequeno alienígena, preso na Terra e perseguido por autoridades. Terra Chama Echo, que já estreou nos EUA e fez bastante sucesso, deve ser desses filmes bem agradáveis para aqueles momentos em que estamos de bobeira. Veja o trailer!



Z for ZachariahChris Pine (Star Trek), Margot Robbie (O Lobo de Wall Street) e Chiwetel Ejiofor (12 Anos de Escravidão) estrelam esta ficção científica pós-apocalíptica baseada no livro de Robert C. O´Brien. O que se sabe sobre o filme até agora, é que a personagem de Margot vive sozinha numa fazenda em um período pós guerra nuclear, sua vida muda de repente quando ela conhece dois desconhecidos que surgem do nada. O longa ainda não tem data de estreia e nem trailer, mas será exibido no Festival de Sundance em janeiro. 



Perdido em MarteDepois do insosso Êxodo: Deuses e Reis, Ridley Scott retorna à ficção com The Martian, estrelado por Matt Damon, Kristen Wiig e Jessica Chastain. O cineasta tem a difícil missão de realizar uma obra realmente relevante, algo que ele está nos devendo desde Gladiador, no entanto, qualquer projeto em que Scott se envolva, as expectativas são grandes. Já a missão do protagonista (Damon) é permanecer vivo em uma colônia marciana enquanto aguarda o resgate.  A fita estreia no final de 2015.



The Quiet Hour – Circulando por festivais em 2014, esta pequena obra britânica provavelmente não chegará nos cinemas daqui do Brasil, mas vale ficar atento quando ele estiver disponível para download. Dirigido pela francesa Sthéphanie Joalland, este drama scifi é ambientado em um mundo pós-invasão alienígena no qual poucas pessoas restaram. Com a naves alienígenas ainda pairando no céu à espreita de um alvo humano, a protagonista mora na zona rural e tem apenas dois períodos de uma hora por dia para sair do esconderijo e lutar contra bandidos e defender o seu abrigo e alimentos. A premissa é interessante e merece a atenção, não é gente? Assista ao trailer.



E aí, tem outros filmes scifi para indicar?


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O Abutre – A desgraça alheia como protagonista




O prazer do público em assistir a desgraça alheia nos telejornais - principalmente - é o que norteia o sombrio O Abutre (Nightcrawler, 2014), do estreante diretor Dan Gilroy e protagonizado por Jake Gyllenhaal.


Lou Bloom (Gyllenhaal) é um homem solitário e sem muito tato com as pessoas, sem emprego, vive de pequenos roubos. Já na primeira cena do filme, fere um segurança e rouba o seu relógio com uma frieza assustadora. Após descobrir que pode ganhar dinheiro filmando acidentes e crimes na violenta noite de Los Angeles a  fim de vender para os telejornais, Lou se dedica com afinco à profissão de cinegrafista.

  Sem medo e limites


Esperto, ambicioso e com um conhecimento advindo de cursos online, suas frases parecem tiradas de um livro de Administração, a sinceridade cortante e o jeito frio com o qual trata as pessoas apenas realça a sua dificuldade de socialização.


Durante o filme, vamos conhecendo e nos impressionando cada vez mais com o protagonista, sem moral alguma, Lou não tem rédeas, se for preciso manipular uma cena de crime para que a imagem fique melhor na televisão, ele fará. Afinal, a violência é o que dá audiência, “quanto mais sangue, melhor”, atesta Lou em algum momento. Infelizmente, a realidade cruel de O Abutre é a nossa realidade. 


Os títulos que Lou dá aos seus vídeos no seu “portfólio sangrento” reflete com exatidão as manchetes sensacionalistas dos jornais mais populares, aqueles que se você espremer a folha sairá sangue. Este momento em que o personagem nomeia seus vídeos, por si só, já é uma crítica mordaz à mídia sensacionalista e à sociedade que busca este mórbido prazer nos infortúnios alheios.


Gyllenhaal, indicado para Melhor Ator no Globo de Ouro e em outras premiações da temporada, magrelo e com olhos tão expressivos que dizem mais que palavras ditas, está estranhamente sensacional no papel do sociopata Lou Bloom, um personagem que não odiamos por completo, ele tem qualidades que admiramos e temos noção de que seu trabalho decorre do mercado lucrativo que a violência se tornou, ele está apenas colhendo os frutos de sua dedicação e esforço como profissional.


Além de Jake Gyllenhaal e da boa condução de Gilroy, O Abutre tem outros atributos, o humor negro que desconcerta, uma narrativa fluida e tensionada e uma incrível sequência de perseguição de carros. Incômodo e niilista, O Abutre é dessas obras que ficam na sua mente por um bom tempo.



NOTA: 9,0


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