Páginas

23 de dezembro de 2015

Melhores séries de 2015






O fim do ano chegou, é aquele momento de mostrar as séries que me conquistaram em 2015, infelizmente, não pude ver todos os seriados que eu tinha planejado, mas aqueles que consegui acompanhar e realmente gostei, estão na lista a seguir.






Sense8 - Ousada, libertadora, intrigante e envolvente, Sense8 foi a redenção dos irmãos Wachowski, que colecionavam fracassos cinematográficos desde o fim da trilogia Matrix. Sense8 ganhou a aprovação da crítica e do público e mal posso esperar pela segunda temporada.





Demolidor - Outra série incomparável da Netflix. A versão realista, crua e violenta do herói cego da Marvel, Matthew Murdock, confirma o compromisso do estúdio com a adaptação fiel de seus personagens e por isso, Demolidor, por enquanto, é a melhor série da Marvel, posto do qual vai ser difícil derrubar.


Melhores filmes de 2015!





O fim do ano chegou e com ele, a tradicional lista dos melhores e mais marcantes filmes de 2015! 


Mad Max - Estrada da Fúria:  A obra-prima enlouquecida e espetacular de George Miller revigorou o cinema de ação em 2015 e nenhum outro blockbuster causou tanta comoção, até a chegada de...




Star Wars - O Despertar da Força: A retomada da série mais cultuada da história agradou a todos e o novo longa não poderia ser melhor, com direção de um fã apaixonado, J.J. Abrams, o episódio VII faz jus à trilogia original, considera os elementos do passado e mira no futuro.




O Predestinado: Ao contrário das duas primeiras posições, quase ninguém viu este que é um dos filmes sci-fi sobre viagem no tempo mais inteligentes e intrigantes dos últimos tempos, e vai te deixar perplexo. Sem mais, assista.


17 de dezembro de 2015

Star Wars – O Despertar da Força


 
Podem ficar aliviados, Star Wars – O Despertar da Força (The Force Awakens, 2015) é um filmaço, um aventura digna da trilogia clássica iniciada nos anos 70 e infinitamente superior aos capítulos I,II e III, juntos. J. J. Abrams une o “novo” e o “antigo” – respeitando a mitologia da série – e deixa os fãs saltitantes de felicidade.


Nunca duvidei da genialidade de J. J. Abrams, se há alguém que poderia assumir o desafio de comandar uma das sagas mais famosas e duradouras do cinema, seria ele, não tinha escolha mais certa, afinal, o cara é nerd assumido - graças a Vader -  e “ressuscitou” outra franquia de sucesso: Star Trek.  Sou o maior fã de Abrams, ele nunca “errou a mão” -  ao menos à frente da câmera - , criou três séries sensacionais – Alias, Lost e Fringe  – nos presenteou com o nostálgico Super 8, produziu o perturbador Cloverfield e claro, mostrou a Enterprise para uma nova geração e me fez um trekker dos mais fervorosos.

13 de dezembro de 2015

O Clã – Sobre uma família tão unida que dá náuseas




Não há criatura de filme de terror que nos assuste mais do que o ser humano. É chocante quando sabemos de casos atrozes cometidos por homens aparentemente normais, que escondem suas perversidades pousando de “marido perfeito” ou “generoso pai de família”. Em O Clã (El Clan, 2015), filme argentino perturbador, conhecemos a história de um homem, não,  uma família inteira, que se dedicava a fazer “desaparecer” pessoas na Argentina dos anos 80. O longa de Pablo Trapero (Elefante Branco) recria essa história real que chocou o país em 1985.


Arquimedes Puccio (Guillermo Francella, em atuação assombrosa), é um homem comum, à primeira vista, contador diplomado, vive com quatro filhos e sua esposa em um bairro de classe média. O que ninguém sabe, é que Arquimedes era um dos responsáveis pelo desaparecimento dos “inimigos” na época da ditadura militar. Com o fim do regime e a escassez do “trabalho”,  ele percebe que o “negócio” ainda pode ser viável, mas agora, as vítimas não necessariamente precisam ser inimigas do governo, bastam ser ricas. 

7 de dezembro de 2015

Corrente do Mal






Está ficando repetitivo e soando meio ignorante dizer que os filmes de suspense e terror são todos “mais do mesmo” e previsíveis, comentários que surgem sempre quando aparece alguma obra do gênero que se sobressai pela sua originalidade - eu mesmo já disse algo assim. Mas tenho constatado também que, em se tratando desse estilo de filme, a criatividade está nas produções de baixo orçamento, que dificilmente chegam aos cinemas brasileiros e muita gente não vê. The Babadook e Garota Sombria Caminha Pela Noite, por exemplo, são algumas das obras mais originais e impressionantes que apareceram recentemente. O elogiado Corrente do Mal (It Follows, 2014), felizmente, também é uma grata surpresa e mais uma confirmação de que este gênero não está restrito a remakes e sequências vazias com intenções puramente comerciais.


Escrito e dirigido pelo novato David Robert Mitchell, Corrente do Mal tem uma premissa um pouco absurda, à primeira vista, não parece um filme para ser levado a sério, mas engana-se quem pensar assim, o longa possui muitas qualidades que o distanciam dessas produções ordinárias de terror/suspense que infestam os cinemas dos shoppings. Sobre a trama, bem, basicamente é sobre uma garota que, após transar com um garoto, começa a ser perseguida por “estranhos”, e para se livrar dessa maldição, ela tem que fazer sexo com alguém e passar o mal para ele. 
 
Com uma história dessas, Mitchell poderia facilmente fazer um filme corriqueiro sustentado por sequências com muito sexo e banhos de sangue, no entanto, quase não há sangue na tela, e o elenco jovem não está ali apenas para preencher o espaço em cena à espera de uma morte brutal e sanguinolenta. Outro ponto positivo do filme é que a entidade que persegue Jay (Maika Monroe, ótima), assume a forma de pessoas diferentes, deixando o espectador aflito pela próxima representação do mal.



A trilha sonora envolvente, sinistra e oitentista - referência aos filmes de suspense dos anos 70 e 80 – e o cenário desolado potencializa a sensação de desconforto e medo, já os planos abertos,  nos deixam angustiados à procura de fantasmas por todo o quadrado da tela. Todos esses pontos que mencionei faz desse suspense uma obra que foge do “convencional”, e só por isso, tem o seu valor. 

NOTA: 7,5

28 de novembro de 2015

A Visita - O melhor filme de Shyamalan em 10 anos




A Visita (The Visit, 2015), novo filme de M. Night Shyamalan, marca as pazes do cineasta com o sucesso e o retorno ao gênero que o consagrou e que, convenhamos, é sua especialidade.  A Visita não chega nem perto da perfeição de suas produções mais famosas como O Sexto Sentido, Corpo Fechado e Sinais, mas é uma notável exceção se considerarmos os fiascos que ele realizou nos últimos anos – os terríveis A Dama na Água, Fim dos Tempos, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra.


No novo trabalho, Shyamalan adere ao estilo “found footage”, aquele estilo de obra filmada pelos próprios personagens, como Atividade Paranormal, e nos conta a história de dois irmãos que vão passar uma semana com os avós, que eles ainda não conhecem. Aos poucos, os queridos e amáveis velhinhos mostram-se problemáticos e assustadores. Agora, olha que curioso, Shyamalan pode ter “criado” um novo subgênero do cinema, o "suspense geriátrico" (rs), e que particularmente, acho muito promissor. Vale considerar que o cinema já nos deu uma personagem idosa aterrorizante, lembram-se da velhinha em Arrasta-me para o Inferno?



Devido ao uso do “found footage”, Shyamalan renuncia as sequências bem elaboradas de suspense que apreciamos em suas obras conhecidas e põe o espectador para focar o olhar no canto da tela - é daí que vem o susto, é daí que vem o medo. Outro fator aterrorizante do filme é a atuação de Deanna Dunagan, a vovó, cuja personagem é daquela que sentimos medo e incômodo mesmo que ela esteja fazendo algo inocente, como assar uns biscoitos. Fiquei com o "coração na mão" quando ela pediu à neta para entrar no forno e limpá-lo...


A Visita também é um dos filmes mais divertidos do diretor, quer dizer, é o primeiro filme em que o terror e o humor “trabalham” em equilíbrio, isso graças à química entre os protagonistas, Becca (Olivia DeJonge) e Tyler (Ed Oxenbould). A jovem, é uma garota inteligente e aspirante à diretora de cinema, enquanto Tyler, é hilário, um aprendiz de “rapper” e responsável pelo alívio cômico no filme.



Com uma história simples, sem reviravoltas mirabolantes - marca registrada do cineasta - e um suspense crescente, A Visita, além de mostrar que o lugar de Shyamalan é mesmo à frente de filmes de baixo orçamento, sem grandes estúdios tomando as rédeas ou interferindo na sua criatividade, também pode ser vista como uma obra (pessimista) sobre o envelhecimento ou sobre o “fazer” cinema, melhor que isso, é o filme mais relevante do Shyamalan em 10 anos, desde A Vila,  lá de 2004, o que já é grande coisa...Confira o trailer AQUI


NOTA: 8,0

16 de novembro de 2015

Garota Sombria Caminha Pela Noite




Em 2009, o filme sueco Deixa Ela Entrar surpreendeu os cinéfilos por lançar um novo e ousado olhar sobre o tema “vampirismo” , este ano, uma obra peculiar chama a atenção por também apresentar uma outra reinvenção do vampiro, personagem icônico do cinema de horror. Garota Sombria Caminha Pela Noite (A Girl Walks Home Alone At Night, 2014), é uma produção iraniana realizada em parceria com os Estados Unidos, mesclando características do cinema noir com o terror, é uma das obras mais estranhas e belíssimas do ano.

Dirigido por Ana Lily Amirpour, Garota Sombria Caminha Pela Noite é considerado o primeiro filme iraniano de vampiro, é todo filmado em um estonteante preto em branco e traz um balé de sombras e contrastes que nos deixam maravilhados, tem toda aquela cara de filme estrangeiro e “artístico”, é dessas obras que já nascem “cults”, destinadas a quem gosta de apreciar um cinema diferenciado.


Na trama, uma garota sombria (interpretada por Sheila Vand) caminha com um xador – aquele traje que cobre quase todo o rosto das mulheres muçulmanas – preto pelas ruas da cidade opaca de Bad City à procura de vítimas para sugar o seu sangue. O filme é todo estranho, mas é uma estranheza fascinante e curiosa, a cidade, por exemplo, é quase um personagem, com suas ruas vazias, uma vala cheia de cadáveres e habitada por pessoas marginalizadas – prostitutas, cafetões, traficantes, parece então ser o cenário ideal para hospedar uma vampira, de bom gosto musical e que segue uma conduta própria. Quando a garota conhece Arash (Arash Marandi), um jovem traficante - em uma sequência de encher os olhos, tamanha a beleza - um novo sentido é dado à sua vida, até então, solitária e limitada a encontros furtivos e violentos com gente problemática. 


Garota Sombria Caminha Pela Noite é mais um filme de valor estético e menos de conteúdo, há possibilidades para muitas leituras, é verdade, mas a sua história é bem simples, o desenrolar da história segue numa linha plana que incomoda e pode inquietar o espectador mais exigente, no entanto, as cenas de suspense e da garota caminhando pela noite são de arrepiar, e a fotografia preto e branco potencializa ainda mais essa sensação desconfortável.

A produção iraniana pode ser dedicada a um público muito específico, alguns desavisados podem não gostar do filme, mas Garota Sombria Caminha Pela Noite tem a seu favor o fato de ser uma obra original, o visual impecável, a reinvenção de uma das criaturas mais famosas do cinema de horror e o principal, uma estranheza que fascina e aquele senso de “novidade” que não vemos no cinema mainstream.  Assista AQUI o trailer.

NOTA: 8,0

8 de novembro de 2015

Que Horas Ela Volta?




É sabido que o estado de São Paulo foi durante décadas o destino preferido de cidadãos nordestinos, o fluxo era tanto que São Paulo ganhou o título de maior capital nordestina do Brasil. Embora nos últimos anos esteja ocorrendo o movimento inverso - muitos estão voltando às suas origens - a presença de pernambucanos, cearenses e baianos na região ainda é significativa. O elogiado filme Que Horas Ela Volta? (2015) faz um recorte dessa realidade por meio da história da doméstica Val (Regina Casé), que assim como muita gente desse Brasilzão, deixou o lugar de raízes e foi para São Paulo em busca de melhores condições de vida.

Na história de Que Horas Ela Volta?, a pernambucana Val trabalha na casa de uma família de classe média, não vê a filha há 10 anos,  mas tem na figura do Fabinho (Michel Joelsas), filho de seus patrões, a chance de ter uma relação maternal.


A chegada da filha Jéssica (Camila Márdila), que vai a São Paulo para prestar vestibular, provoca um furacão de emoções envolvendo a sua mãe e também os patrões, o depressivo solitário Carlos (Lourenço Mutarelli) e a megera falsa Bárbara (Karine Telles), figura muito fácil de se encontrar por aí no nosso dia a dia.... 

A diretora Anna Muylaert realizou uma obra simples, emocionante, sensível e muito transformadora do ponto de vista de quem a assiste. Além disso, o filme tem o mérito de não cair nas armadilhas do clichê, por se tratar de uma história envolvendo personagens de classes sociais distintas habitando o mesmo mundo, pois o embate patroa x doméstica não é novidade para ninguém, já foi bastante discutida nas novelas brasileiras, no cinema, o chileno A Criada é um dos exemplares que muito tem em comum com Que Horas Ela Volta?. 


As atuações inspiradas de Regina Casé - que sempre foi talentosa, lembram  do filme Eu Tu Eles? – encarnando uma nordestina sem cair no estereótipo ou “ofender” o povo representado e da intérprete de sua filha, Camila Márdila, são o maior trunfo da película, elas são responsáveis por provocar reações diversas no espectador, o desconforto de Jéssica, por exemplo, por estar vivendo em uma casa de estranhos, é sentido por nós de forma profunda.

Com doses bem equilibradas de drama e humor, Que Horas Ela Volta? apresenta situações vividas por pessoas comuns, suscetíveis a erros, com seus medos e arrependimentos particulares e de pessoas como a Val, uma mulher forte, batalhadora, sonhadora e que descobre que nunca é tarde para desfrutar das coisas simples da vida, momento representado na cena em que ela adentra na piscina e sente-se a pessoa mais realizada do mundo. Um inspirador e belíssimo momento!

NOTA: 9,0
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...