Pegando carona no sucesso de séries como Arrow, Marvel Agents
of Shield e nos tantos filmes da Marvel, a The CW não perdeu tempo e correu para
produzir a série sobre o herói mais rápido do mundo, The Flash, surgido nas HQs da
DC Comics dos anos 40 e criada por Gardner Fox e Harry Lampert.
A nova série do The Flash – outra produção de TV do herói velocista
aconteceu nos anos 90 – estreou este mês no canal CW com uma grande audiência, certamente seguirá o mesmo caminho de sucesso
de outras séries semelhantes da emissora
como Arrow e Smallville. O Flash, ou melhor, Barry Allen, é interpretado por
Grant Gustin, ator que já participou de Glee, 90210 e claro, de Arrow, como o próprio
herói.
Vi os dois primeiros episódios, dirigidos por David Nutter,
que não é qualquer um e já dirigiu episódios de séries cultuadas como Game of
Thrones e Homeland, mas não me surpreendi, The Flash é divertido, agradável de
ver, mas é muito convencional, culpa do padrão sustentado por fórmulas batidas
do canal CW.
Bem, vamos falar sobre esse jeito CW de ser e fazer suas
séries, que para mim, é algo muito preocupante e incômodo e foi o principal motivo
que me fez abandonar Arrow e outras tantas por aí. Voltando ao tema, não
aguento mais episódios no estilo “vilão da semana”, se em Smallville todos os
vilões de Clark tinham algo a ver com a chuva de meteoros, em The Flash,
todo projeto de vilão será relacionado com a tal explosão no laboratório.
Quanta criatividade.
Outro pecado da série é romantizar o enredo, por exemplo, Barry
Allen é apaixonado por sua melhor amiga e tenta esconder seus sentimentos
dela. Isso é coisa de Malhação gente, sei que é preciso humanizar o personagem
principal para o público se identificar com ele, mas isso é preguiça dos
roteiristas, clichê demais. A The CW subestima muito a inteligência do seu público.
The Flash tem outros defeitinhos mas não vou enumerá-los
todos. Sobre o primeiro episódio, ele funciona no piloto automático, tudo é previsível, no
entanto, a história de origem do
velocista é bem contada, tem humor e
ação na medida certa, o piloto é bem produzido, os efeitos especiais convencem
e as atuações não comprometem em nada. Mas o maior acerto do canal foi escalar
Grant Gustin para o papel principal. Grant imprime seu talento e carisma a um
super-herói muito humano, atrapalhado, divertido, sarcástico e tem simpatia de sobra,
Guntin parece não se esforçar muito para viver o herói mais veloz do mundo.
A impressão que eu tive sobre a série, ao ver os dois
primeiros episódios, é que The Flash pode melhorar. Digo isso levando em conta a
mitologia do próprio herói, sua complexidade e os poderes que ele pode
desenvolver. Errou quem pensa que Barry Allen só sabe correr, a supervelocidade
é apenas uma, das muitas habilidades que possui. O Flash pode roubar a velocidade
de outras pessoas e dar à outras, pode atravessar o universo, ele tem um
incrível e poderoso movimento chamado de soco de massa infinita, e o melhor,
Flash pode se mover tão rápido, mas tão rápido, a ponto de viajar no tempo. Se os roteiristas souberem usar toda essa gama de possibilidades do universo do herói, The Flash
pode vir a ser muito superior a qualquer outro seriado do gênero.
Eu sou otimista e continuarei assistindo ao seriado, pois
apesar de não ousar muito e ter suas falhas, tem grande potencial e há muito
material que pode torná-lo cada vez melhor.
The Flash estreia hoje, 16 de outubro, no canal Warner.
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