Em ano de eleição presidencial e tempos de debates acalorados
no qual os candidatos adoram cuspir mentiras verdadeiras e verdades duvidosas
na cara uns dos outros, esquecendo-se muitas vezes do real propósito, preparei
uma lista de filmes bem bacanas e muito interessantes - qualquer semelhança com
a realidade não é mera coincidência - e mostram que, assim como o feijão e o
arroz, política e corrupção estão sempre juntinhos, formam uma combinação
tão perfeita e complementar, que ás vezes até pensamos que são duas palavras
sinônimas.
Eleição (Election,
1999) – Substitua o
cenário de uma grande campanha política por uma bem-humorada e suja campanha às
eleições estudantis em uma High School. Reese Whiterspoon está excelente como
Tracy, uma audaciosa e irritante estudante que deseja, a qualquer custo, ser
eleita a presidente do grêmio estudantil. Eleição é uma comédia ácida imperdível dirigida
por Alexander Payne, de Os Descendentes e com roteiro de Tom Perrotta, autor do livro que rendeu a fantástica série The Leftovers.
Mera Coincidência (Wag
the Dog, 1997) – Este
filme é uma sátira política feroz e muitíssimo inteligente protagonizada por
Robert De Niro e Dustin Hoffman. Após ser flagrado em ato impróprio com uma
garota, o presidente dos EUA contrata um marketeiro (De Niro) para encobrir o
escândalo, que por sua vez, pede ajuda a um produtor de filmes para “fabricar”
uma guerra contra um país qualquer e assim desviar a atenção da mídia. Esta
deliciosa comédia “venenosa” mostra o quanto a sociedade pode ser lesada quando
a imprensa é ingênua demais e preguiçosa.
Todos os Homens do
Presidente (All the President´s Men, 1976) - Se em Mera Coincidência, a imprensa era uma ferramenta
danosa usada em favor de um político imoral para transmitir mentiras
fabricadas, aqui a mídia é usada para a disseminação da verdade e que resultou
na “derrubada” de um presidente. No filme, dois jornalistas descobrem um caso
de espionagem política envolvendo o presidente Richard Nixon. Jornalismo e
política se misturam nesse thriller clássico e obrigatório.
Tropa de Elite 2: O
Inimigo agora é outro, 2010 – Não há filme que retrate melhor o mundo político brasileiro
que esta obra-prima de José Padilha. Os políticos e a corrupção é o alvo do
Capitão Nascimento (Wagner Moura), cada vez mais disposto a acabar com o
“sistema”. Realista, polêmico, fatal, um soco no estômago, Tropa de Elite 2 deveria
ser visto mais vezes pelos brasileiros, de preferência, nos anos de
eleições.
Z (1969) – Cínico e caótico, Costa Gavras
realizou uma obra atemporal, falado em francês, Z é um longa que nunca envelhece devido ao seu
tema espinhoso e sempre atual que envolve
política e policiais corrompidos. Na trama, um deputado é morto numa
manifestação no meio da rua, mas o “crime” é encoberto pela polícia e por
outros políticos, que julgam o “assassinato” como um simples “incidente”. Como percebe-se, agentes da
segurança e políticos também são elementos cruciais na trama de Tropa de Elite.
Intrigas de Estado
(State of Play, 2009) – Esse thriller que discute política e novas formas de jornalismo, conta a
história do envolvimento de um deputado, vivido por Ben Affleck, no assassinato
de sua amante. Russell Crowe é o
jornalista que vai investigar o caso e descobrir uma conspiração envolvendo
outros crimes ligados a empresários e interesses políticos. Quem curte House of
Cards ou Todos os Homens do Presidente, Intrigas de Estado é um thriller eficiente, com um elenco respeitado e um enredo que entretém e diz muito sobre o
papel significativo das novas e velhas mídias na disseminação das informações.
Virada no Jogo (Game
Change, 2012) – Um
dos melhores filmes sobre políticos em campanha que já assisti. Este premiado telefilme produzido
pelo canal HBO conta os dias de campanha da candidata à presidência Sarah
Palin, que ficou famosa no mundo ao disparar pérolas impagáveis como “Eu consigo ver a Rússia do meu quintal,
aqui do Alaska”. Carismática, mulher de família, personalidade
forte, Palin era a aposta perfeita para concorrer com Barack Obama, mas sua
falta de conhecimento em certos assuntos, mudou o cenário completamente e ela virou piada nacional. Julianne Moore está fisicamente parecidíssima
com a Palin verdadeira, figura que inspirou uma das melhores atuações da
carreira da atriz. Virada no Jogo fala de política de um jeito fácil de gostar,
para quem gosta do assunto é imperdível. É o único filme da lista cuja candidata não faz parte da
classe corrupta.
W. (2008) – Impulsivo, caipira, explosivo, assim
é George W. Bush, na versão do diretor Oliver Stone, cineasta experiente em
filmes politizados. Na biografia do presidente mais controverso dos EUA,
acompanhamos Bush filho (vivido por Josh Brolin) desde os tempos de faculdade,
momentos alternados com aquele período conturbado de sua presidência,
principalmente após o 11 de setembro, no qual autorizou a Guerra do Iraque.
Brolin está ótimo no papel do protagonista, mas o filme é irregular, a sensação que dá é que
Stone “pegou muito leve” na sua abordagem da figura do presidente e na história em si,
mas é uma biografia que vale conferir.
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