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17 de dezembro de 2013

As Melhores Séries de 2013



Como de costume, chega o final de ano e é aquele momento para fazer a lista dos melhores do ano da TV e do cinema. Primeiro, vou contar para vocês as séries que me fizeram vibrar em 2013, foi um ano péssimo para a TV, muita coisa ruim apareceu, temporadas horríveis - Dexter, por exemplo - mas tivemos boas surpresas também. Segue abaixo, as minhas séries favoritas do ano.


1- In the flesh: Esta produção britânica sobre zumbis que recebem tratamentos médicos e estéticos e são reinseridos a sociedade é, não somente a melhor série do ano, da década também. O drama traz uma visão inovadora sobre os mortos-vivos, os zumbis aqui são vítimas e os vilões, somos nós, humanos. In the Flesh é corajosa em termos narrativos, é veemente na sua crítica social e o tom intimista e melancólico do seriado torna-o ainda mais especial e obrigatório.


2- Breaking Bad: A saga de Walter White teve um desfecho exemplar. Na verdade, a série toda foi fundamentada pela excelência em todos os seus aspectos. Decisão muito acertada do criador Vince Gilligan em finalizar a série no momento certo, sem querer estendê-la para incontáveis temporadas, algo comum na TV nos dias de hoje. Breaking Bad mostrou que é possível realizar algo original e de qualidade e ainda assim conquistar o público.


3- Les Revenants: Esta série estreou na França no final do ano passado, mas só ganhou repercussão mundial em 2013, logo, ela tinha que figurar nessa lista.  De maneira elegante, a produção nos mostra a rotina de uma pequena cidade onde alguns moradores, mortos anos atrás, ressurgem na cidade inexplicavelmente e começam a levar a vida como nada tivesse acontecido. Com um clima de mistério crescente, um roteiro bem construído e envolvente Les Revenants é um suspense classudo e surpreendente.  A série vai ganhar um remake britânico e um americano  - óbvio  - e começou a ser exibido no Brasil em novembro pelo canal Max.


4- Game of Thrones: A cada ano fica melhor. A terceira temporada desta produção impecável da HBO foi devastadora, no bom sentido. Como não lembrar o chocante episódio Rains of Castamere no qual praticamente metade do elenco teve sua morte decretada. Um episódio daqueles para ficar na memória a vida inteira. Coisas que somente GOT proporciona a você. Alguns podem reclamar do excesso de tramas e personagens, é difícil mesmo lembrar o nome de todos eles, mas é isso que faz GOT ser desafiadora, grandiosa e diferente de tudo que há na TV.


5- Bates Motel: A temporada das boas estreias de seriados americanos passou do período da fall season - entre setembro e novembro nos EUA - para o primeiro semestre do ano. Bates Motel estreou em março e desde então não foi difícil reservar um lugarzinho para ela no TOP 10 das melhores séries de 2013 e uma das grandes estreias do ano. A introdução de um personagem clássico do cinema, Norman Bates, em um mundo moderno me causou estranheza no início. Mas os roteiristas provaram ser uma boa ideia e então, me apaixonei pela história, pela louca Mãe Bates de Vera Farmiga - numa atuação digna de Emmy – e claro, Norman Bates, complexo e bipolar, surpreendentemente bem representado por Freddie Highmore.


6- Please Like Me: Esta delícia de comédia australiana – viu só, a lista tem seriados de diversas nacionalidades – é uma grande surpresa da TV este ano. A série é escrita e estrelada pelo comediante Josh Thomas. A comédia é baseada na vida e nas situações vividas pelo ator. Please Like Me discute temas tabus como homossexualismo, sexo na terceira idade, depressão e muitos outros com muito bom humor, ironia e simplicidade. Uma série gostosa de ver, felizmente ela foi renovada para a segunda temporada.


7- Masters of Sex – A melhor estreia da fall season na TV americana. Michael Sheen (Frost/Nixon, A Rainha) e a lindíssima Lizzy Caplan  protagonizam esse drama envolvente sobre os primeiros estudos sobre o sexo realizado nos anos 50.  Com um roteiro que avança a passos largos a cada episódio e atuações notáveis, a série também se destaca por falar de comportamento sexual de forma adulta e espontânea, e apesar das muitas cenas de nudez e de sexo, o drama passa longe do vulgarismo.  Aconselho muito a ver a série, você fará descobertas impressionantes. 


8- The Fall – Um novo olhar sobre a figura do serial killer, um retrato familiar e íntimo de um assassino em série, é isso que The Fall, produção da BBC Irlanda, proporciona aos espectadores. Gillian Anderson - de volta às telinhas - vive uma detetive na busca de um assassino de mulheres, Paul, interpretação ímpar de James Dornan (Once Upon a Time),  oscilando entre a sutileza e a ferocidade de seu personagem. O mais bacana da série é acompanhar Paul em sua vida dupla, de dia faz o papel de chefe de família e marido, e à noite, sai em busca de belas mulheres para matar. A primeira temporada tem apenas cinco episódios e a segunda já foi confirmada.


9- Banshee – A segunda temporada de Banshee vai começar logo, em janeiro, se você curte ação e duelos sangrentos, corre que dá tempo de conferir a primeira temporada. A série é mais uma cria do Alan Ball, o criador de True Blood, então, espere muita violência e sexo né. Na trama, Lucas Hood (Antony Starr) é um ex-condenado, procurado por gângsters e que substitui o xerife de uma cidade próxima de uma comunidade Amish. Obviamente que a vida de Lucas na cidade não será tão tranquila assim, então, situações extremas envolvendo muitas lutas e cenas de ação vão pipocar na sua tela constantemente. A história às vezes é comprometida pela previsibilidade e clichês, mas Banshee cumpre bem o que propõe, diverte e empolga.

Menções honrosas a outras séries como Nashville, The Following, The Americans, Homeland, Revenge e a nacional O Negócio.

15 de dezembro de 2013

Somos o que Somos



Sem causar sustos, aberrações ou banho de sangue, Somos o que Somos (We Are What We Are, 2013) é um suspense bizarro, mas bem mais importante que isto, é dizer que o filme é um bom exemplo de uma história muito original e promissora, mas que não foi bem sucedida na sua execução. 

Refilmagem do longa mexicano Somos lo que Hay, Jim Mickle (Stake Land) dirige o suspense sobre uma família reclusa e apática que vive como se estivesse ainda no século 19. Após a morte da matriarca da família, o pai, Frank (Bill Sage, numa performance limitada e irritante), incumbe as suas duas filhas de ser responsáveis em manter uma tradição antiga e mórbida. Costumes cujas provas estão prestes a ser descobertas pelos moradores da cidade em razão de uma forte e constante chuva, deixando Frank no limite da racionalidade e gritando aos ventos citações bíblicas sempre que possível.

Iris tem uma refeição indigesta.

O início do filme é instigante, há o clima de mistério, uma atmosfera assustadora se edifica nos primeiros minutos, o final surpreendente e indigesto (adorei o desfecho) também funciona, no entanto, o seu miolo é decepcionante, sonolento. Somos o que Somos não prende a atenção, mesmo com aquela expectativa para saber o verdadeiro segredo da família Parker, e quando nossas suspeitas se confirmam, não sentimos nada, culpa do diretor que não soube construir aqui um momento de impacto.

A fotografia sérpia, o ambiente opressor da casa da família e as boas atuações de Julia Garner e Ambyr Childers, que interpretam as irmãs Rose e Iris respectivamente, são os acertos deste suspense macabro. Somos o que Somos pode não ser perfeito e nem deve agradar a muitos, mas ainda tem a seu favor, a abordagem de um tema pouco explorado no gênero, o canibalismo, e isso é algo positivo, considerando as tantas produções de terror com temas pra lá de batidos que infestam os cinemas. 

NOTA: 6,0

3 de dezembro de 2013

No Rastro da Bala



Paul Walker - que agora vai brilhar lá no céu, cedo demais até - não “sobrevivia” apenas da série Velozes e Furiosos,  ele atuou também em bons filmes como Ladrões, e outros ótimos como A Vida em Preto e Branco e No Rastro da Bala, este último, considero um dos melhores do astro.  Dirigido por Wayne Kramer (The Cooler; Território Restrito), No Rastro da Bala (Running Scared, 2006) é uma fita de ação e suspense eletrizante e violenta e lembra muito os primeiros filmes de Guy Ritchie.

Após um tiroteio sangrento entre mafiosos e policiais, Joey (Walker) é encarregado de se livrar da arma usada na carnificina, mas ele a leva para sua casa. No entanto, o revólver é roubado pelo amigo de seu filho, Oleg (Cameron Bright), que deseja matar o seu padrasto, e que para piorar a situação, é da máfia russa. O garoto acerta no padrasto e logo depois foge com a arma. Começa então uma busca frenética de Joey, às vezes acompanhado de seu filho,  para tentar encontrar a arma antes dos mafiosos e da polícia.

Walker em versão desbocada e agressiva

A partir daí, o filme segue rumos inesperados e vários personagens bizarros e marginais entram na história, destaque para um casal de pedófilos. A sequência em que a mulher de Joey, Teresa (Vera Farmiga, muito sensual) chega à residência colorida e exagerada do casal é de roer as unhas. Kramer construiu o cenário perfeito de um filme de suspense e faz o espectador ficar aterrorizado.

No Rastro da Bala é extremamente bem produzido, a edição fantástica e ousada, movimentos de câmeras engenhosos e as cenas fora de ordem cronológica dão um tom mais vertiginoso à trama, na verdade, a fita é exageradamente eletrizante e ágil, do tipo que hipnotiza o espectador, não que isto seja uma falha, não para o gênero, por conta disso, No Rastro da Bala se distingue de tantas produções bobas de ação que subestimam a nossa inteligência.

Aquele momento sensual que a gente curte ...

Paul Walker está bem diferente de seu personagem em Velozes e Furiosos. Em vez dos sorrisos largos e do charme visto na franquia, o ator interpreta com intensidade um mafioso agressivo, desbocado, descuidado, mas que não é mau, porém sua performance é bonita de ver.

Mesmo com alguns clichês e um clímax caótico (demais), No Rastro da Bala é filme de ação de qualidade - merece mais atenção do público – empolga, surpreende e não deixa você nem respirar.


NOTA: 8,0
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