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21 de agosto de 2013

Bling Ring - A Gangue de Hollywood



Sofia Coppola escancara a banalidade jovem e trágica no badalado Bling Ring – A Gangue de Hollywood (The Bling Ring, 2013). O filme faz uma ode à burrice e ao deslumbramento de um grupo de jovens atraídos pelo estilo de vida de celebridades e que, para se sentirem mais próximos de seus ídolos, passam a cometer furtos nas mansões de Hollywood.

O novo trabalho da cineasta Sofia Copolla (Maria Antonieta e As Virgens Suicidas são meus filmes favoritos da diretora) é um drama cômico, cheio de ironia e ao mesmo tempo uma crítica à sociedade do entretenimento e seus seguidores ávidos por holofotes. Enfim, um retrato da futilidade de muitos jovens da geração atual.


Tudo começa com a líder da gangue Rebecca (Katie Chang) e seu companheiro Zac (Israel Broussard) roubando utensílios de carros estacionados na rua, logo depois, estão invadindo a casa de Paris Hilton. A naturalidade com que Rebecca, Zac e os outros integrantes do grupo cometem os furtos é impressionante, a histeria toma conta de todos a cada item de grife encontrado nas residências de Megan Fox ou de Lindsay Lohan.


Fico mesmo impressionado quando penso que isso realmente aconteceu. Realmente admiro a audácia desses jovens, mas tenho pena também, são jovens perturbados que tomam medicamentos e lidam com a ausência dos pais. Mas, como eram estúpidos. Imagine só, a gangue postava fotos com os acessórios furtados no facebook, o que posteriormente facilitou, e muito, a polícia a encontrá-los. Por causa dos delitos, os integrantes se tornaram sub-celebridades no pequeno ciclo social onde circulavam, conquistando assim o “reconhecimento” que tanto desejavam, ainda que de forma limitada.

Sofia fez um filme menos autoral que o seu último trabalho, o intimista Um Lugar Qualquer. Neste novo trabalho, a trama é mais palatável ao grande público que vai comparecer aos cinemas não pela cineasta, mas pela presença de Emma Watson no filme, a propósito, ela está excelente como a dissimulada Nicki. 


Tecnicamente a fita é impecável,  as cenas  que abusam do brilho e do slow motion são contemplativas, destaque também para a bem elaborada sequência em que acompanhamos por vários minutos, por uma câmera parada longe da mansão,  a gangue entrar, furtar, transitar entre os cômodos e sair da mansão.  A trilha sonora constante com hits pop/eletrônico vai reverberar na sua mente por dias.. Quanto à história, ela segue de forma natural e sem nenhuma pressa.


Bling Ring enfoca o materialismo exagerado e a busca incessante pela fama, mas trata também, ainda que de forma implícita, de questões mais complexas como a disfunção familiar, a falta de personalidade própria (como a personagem Zac, ele é gay e faz tudo que sua amiga Rebecca pede, pois na sua companhia ele pode ser quem realmente é) e a necessidade de se exibir nas redes sociais. Outro assunto que o filme levanta é o descuido tremendo das celebridades que deixam suas casas praticamente “abertas” e com uma segurança bem falha. 


Aqui já caímos em outra questão envolvendo a mídia, pode-se dizer que antes da invasão dos jovens às mansões, a “segurança” de tais residências foi “violada” em grande parte pela cobertura maciça da imprensa em cima das celebridades,  que divulgam sem cansar o passo a passo da rotina dos famosos. Pois é, parece que essas informações, inúteis para as pessoas "normais", se tornaram bastante proveitosas para um grupo de jovens.

3 comentários:

  1. No cinema que eu costumo ir nem colocaram esse filme na grade...tsc tsc.

    Quero ver!

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    Respostas
    1. É um filme interessante. Gosto muito dos filmes da diretora.

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  2. Curti demais!!! Muito bom o filme, bem redondinho!!!

    Bruno Paes

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