Uma série estranha com
personagens bizarros, assim é Hemlock Grove, nova produção do canal pago, Netflix.
A série de terror e mistério é produzida por Eli Roth, diretor de filmes ultra
violentos como O Albergue e Cabana do Inferno. Porém, não espere a
sanguinolência exagerada típica dos filmes de Roth em Hemlock Grove, o cineasta
está um pouco contido e preferiu economizar no sangue.
A série começa com o assassinato
brutal de uma garota, aparentemente por um lobisomem, e explora o impacto do crime na pequena cidade de
Hemlock Grove. Apesar da premissa ser muito semelhante com séries como Teen
Wolf e True Blood, e apresentar personagens fantásticos, neste caso, há o
lobisomem, pessoas com alta capacidade de persuasão e uma garota com rosto
deformado que muito lembra o Frankestein,
esta produção original não tem o ritmo vertiginoso da série da MTV e da
HBO. A narrativa é lenta, assim como o desenvolvimento dos personagens.
Roman: o personagem mais intrigante de HG.
O primeiro episódio é estranho, irregular,
nada acontece, exceto pelo assassinato, há muitos personagens, subtramas e diálogos,
o piloto não atrai o bastante para você querer ver o segundo episódio. Mas eu sou uma pessoa que não desiste fácil, e apesar
do ritmo maçante, fui fisgado pela proposta intrigante da série e pela bizarra
família Godfrey. Olivia (Famke Janssen, da trilogia X:Men, em excelente atuação)
é a matrona da família, sexy e misteriosa. Shelley, a filha de Olivia, é uma
aberração em forma de garota, alta, tem um olho maior que o outro, não fala, é meio radioativa.
Por último, o personagem mais intrigante e interessante da série, Roman Godfrey
(Bill Skarsgard, e adivinha só, ele é irmão de Alexander Skarsgard, o Eric de
True Blood). O garoto rico tem um Q de sociopata e o poder de persuadir as pessoas a fazerem o que ele quiser, ao lado de
Peter, um cigano/lobisomem e principal suspeito do crime, sairá à procura do
verdadeiro assassino.
Uma das melhores cenas da série.
Hemlock Grove tem seus pecados, após
ver seis episódios, percebi que são estas características peculiares que a
distinguem de outras séries de suspense e mistério em exibição atualmente e que
você acaba se acostumando com elas, por exemplo, eu já me habituei com o ritmo moroso
do programa. Em doses pequenas e sem nenhuma pressa, vamos sendo arrastados para o mundo de esquisitices de
Hemlock Grove e nos envolvendo cada vez mais com os personagens ambíguos e
problemáticos e suas vidas cheias de mistérios avassaladores.
Janssen, sedutora sem fazer força.
A série do Netflix segue um caminho arriscado por não fazer nenhuma questão de te cativar
de imediato, mas tem suas qualidades, uma bela fotografia
que torna tudo ainda mais sinistro e efeitos especiais de primeira, a cena
de transformação do lobisomem, por exemplo, é impressionante. Se Hemlock Grove resolver todas as pontas
soltas e os mistérios de uma forma satisfatória no final da temporada, ela tem tudo para se
tornar uma das melhores séries do ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário