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17 de março de 2013

5 Filmes Para se Deprimir



Alguns filmes são carregados demais, tristes, impactantes e seus criadores não fazem nenhuma questão de um final feliz. Tais filmes têm um sentido para serem assim, alguns têm o papel de retratar o ser humano de forma verdadeira, explorando ao máximo suas falhas, outras obras exploram a vida como ela é, dura, sofrida, sem maquiagem. Em resumo, são produções que têm o grande poder de nos incomodar, nos incitam a refletir sobre a nossa existência,  comportamento e atitudes. Agora, vamos à lista.


Dançando no Escuro (Dancer in the Dark, 2000) – O diretor dinamarquês Lars Von Trier é sádico, quem conhece suas obras sabe disso, mas em Dançando no Escuro ele se supera. O cineasta castiga, e como castiga, sem piedade alguma a sua protagonista Selma. Protagonizada pela cantora Bjork, Selma é uma imigrante checa que reside nos EUA, ela trabalha dia e noite, mesmo com a visão um pouco debilitada para tentar pagar uma operação para o seu filho. Fascinada por musicais, Selma cria em sua cabeça um mundo onde ela canta, dança e sapateia, uma maneira de ela fugir de sua realidade cruel e tão injusta. Como se já não bastasse a sofrida vida que a personagem tem, o diretor utiliza-se de câmera na mão e cores pálidas para tornar tudo mais aflitivo e carregado, a “pancada” nos minutos derradeiros do filme, emociona e incomoda.


Amor (Amour, 2012) - O filme que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro este ano é um das obras mais tristes que vi recentemente. Uns dizem que é sobre o amor, outros falam que o drama de Michael Haneke é sobre o fim da vida. Eu digo que é sobre os dois. Bom, se você não viu, o enredo é este: a rotina de um casal de idosos muda quando Anne, vivida por Emmanuelle Riva, sofre um derrame e fica com metade do corpo paralisado. A condição de Anne vai ficando pior a cada dia, enquanto seu marido faz de tudo para amenizar a dor e o sofrimento dele e de sua esposa. No fim, o amor pela sua esposa fala mais alto e resulta em um dos finais mais perturbadores do cinema. Amor é frio e forte demais, é um daqueles filmes que fará você refletir bastante sobre a sua vida e o fim dela. Após ver Amor, temo cada vez mais a terceira idade.


Não me Abandone Jamais (Never Let me Go, 2010) - O título por si só já me deprime. Protagonizado por um trio de jovens atores talentosos, Kiera Knightley, Carey Mulligan e Andrew Garfield, o longa mistura drama e romance com toques de ficção científica. Num futuro não identificado, os três amigos possuem uma única razão na vida: doar seus órgãos. Eles são clones, não tem muita expectativa de vida. Mark Romanek desvia de questões éticas e foca no triângulo amoroso dos personagens. As atuações são arrebatadoras, a trilha sonora serena e a fotografia em tom pastel apenas potencializam a melancolia que permeia por todo o filme. Prepare o lenço, Não me Abandone Jamais é profundo, impactante e nos deixa paralisado, imerso em nossos próprios pensamentos e reflexões acerca da vida. 


As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides, 1999) – Elas são lindas, jovens, loiras, provocantes e suicidas. Em seu primeiro filme, Sofia Coppola conta uma história trágica com delicadeza e introspecção. Ambientado nos anos 70, cinco irmãs chamam a atenção dos meninos do bairro pela beleza. Na maioria das vezes elas são vistas de longe pelos garotos, pois as irmãs mal podem sair de casa, vítimas dos pais super opressores, vividos por James Woods e Kathleen Turner. O sistema repressor cada vez mais intenso dos pais, que impedem as filhas de levarem uma vida normal, faz com que as irmãs planejem um meio radical de conseguir a liberdade: o suicídio. As Virgens Suicidas é um título forte, mas a cineasta conduz tudo com muita sensibilidade, mesmo assim, não nos priva da tristeza e do impacto quando as virgens perpetram o esperado ato.


Casa de Areia e Névoa (House of Sand and Fog, 2003) – A disputa por uma casa toma proporções épicas e trágicas neste excelente drama protagonizado pela linda Jennifer Connelly. Kathy (Connelly) é uma mulher em depressão após a morte do marido, completamente afogada em bebidas e na dor, perde a casa por impostos que ela deveria ter pago. Ela então vai morar em seu carro. Quando tem a chance de reaver a casa, ela já está sendo ocupada por uma família iraniana. Ben Kingsley interpreta Massoud, aquele que vai fazer de tudo para permanecer na casa, enquanto Kathy lutará para recuperá-la. Nessa guerra, todos são vilões e mocinhos, aqui todos têm suas razões. É impossível torcer apenas para um dos lados. Interpretações marcantes e um roteiro imprevisível e surpreendente, Casa de Areia e Névoa nos mostra até onde o ser humano pode ir para conseguir o que quer.


Outros filmes "deprimentes" e dramaticamente pesados merecem menção honrosa: O Menino do Pijama Listrado, Melancolia, Namorados para Sempre, 21 gramas, Biutiful.

3 comentários:

  1. Apesar de tratar do meu gênero preferido, da sua lista de películas dramáticas tive a oportunidade de ver apenas "Amor" e "Não Me Abandone Jamais". Quero muito ver os outros três, o problema é que não encontro nas locadoras aqui perto da minha casa. Com relação a menção honrosa, tirando O Menino do Pijama Listrado, todos são filmes espetaculares e realmente bem dramáticos! Parabens pela lista! Descobri que gosto de listas! hehehehe...

    Bruno Paes

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  2. Obrigado pelo comentário. Também adoro listas hehehee.

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  3. Se colocasse "A Vida é Bela" nessa lista... estaria completa.

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