A série-família Bunheads é uma
grata surpresa do ano na TV. Para mim, é com certeza.
Vi o primeiro episódio sem a menor expectativa, sem saber nada sobre a trama. Em apenas 45 minutos, fui fisgado pelo
sarcasmo da protagonista, os diálogos rápidos e sobre-humanos e pelas inúmeras
referências da cultura pop deflagradas pelas personagens do seriado. Dez
episódios depois - a série entrou em
hiato que deve durar até o início de 2013, quando retorna com mais
episódios - cá estou eu, escrevendo
sobre esta dramédia tão feel good, escrita por Amy Sherman-Palladino, a mesma da
cultuada Gilmore Girls.
Não acompanhei Gilmore Girls,
assisti apenas alguns episódios
aleatórios com a minha irmã, que não perdia um capítulo, mas sei que Bunheads
apresenta algumas características da série da Lorelai, como eu já havia citado, os
diálogos acelerados e inteligentes, e ás vezes propositadamente sem sentido, os
personagens cativantes, além é claro, da atriz Kelly Bishop, que esteve em GG e aqui interpreta
Fanny, a sogra de Michelle Simms.
Michelle e sua camiseta super descolada!
Michelle? Ah, esta é a
protagonista, é Sutton Foster (atriz desconhecida na telinha, mas já vencedora de um Tony Awards, uma espécie de
Oscar do teatro, pelo musical Thoroughly Modern Millie) totalmente entregue à
personagem e uma das razões por eu acompanhar a série. Michelle é uma dançarina
de Las Vegas, já está cansada da sua profissão, condição que facilita para que o pedido de
casamento de Hubbel, um grande admirador seu, seja aceito. Hubbell é vivido por Alan Ruck (sabe
aquele amigo depressivo de Ferris, Matthew Broderick, em Curtindo a Vida Adoidado? Então...). A dançarina então se casa com o rapaz e se muda para Paradise, uma cidade pequena
que não é assim um paraíso para Michelle, e tudo complica quando ela descobre
que seu récem-marido ainda mora com a mãe, Fanny, e ela solta um comentário hilário: “Você vive com a sua mãe? Como um
serial killer?”, fazendo uma referência
ao filme Psicose. Michelle é assim, uma personagem apaixonante, sarcástica, faz piadas
até nos momentos mais trágicos, desbocada e é uma delícia acompanhar as suas
conversas, bom, ás vezes é difícil...
Foster e Bishop: Química na telinha, diálogos impagáveis.
Bunheads tem uma história
simples, é sobre uma ex-dançarina que vai morar com a sogra numa cidadezinha
minúscula e tem que se adaptar a esse novo e inesperado estilo de vida. O
desenvolvimento da relação de Michelle
com Fanny, sua sogra, e com as meninas do estúdio de balé define o programa.
Entre o quarteto de jovens bailarinas, o destaque vai para Boo (Kaitlyn
Jenkin, uma lindeza de menina e que parece a Drew Barrymore mais jovem), a garota carismática e sem auto estima do grupo de balé, sua
personagem deve ganhar mais destaque ao longo da série. A sequência em que
Fanny incentiva a garota fazer um teste de dança inúmeras vezes devido à sua reprovação, e coloca dezenas de perucas na coitada para ela se passar por outra
pessoa, é muito engraçada.
A cena da troca de peruca. Não sei você, mas ri muito aqui...
Exibido pelo canal ABC Family,
Bunheads é uma série de garotinha, é verdade, mas é uma das mais agradáveis e descompromissada da
temporada. Às vezes o programa pode passar aquela sensação de "nada acontece" na trama, mas o carisma do elenco compensa, garanto. Além de tudo o que já falei neste texto, a série ainda tem uma trilha sonora deliciosa, repleta
daquele som com vozes suaves e violões, cenas de dança bem executadas e um
dos finais mais emocionantes do ano. No último episódio desta primeira parte da
temporada, após uma confusão sem precedentes causada pela atrapalhada Michelle,
as alunas de balé fazem uma bela referência ao filme Sociedade dos Poetas
Mortos, elas sobem na cadeira e proferem, uma de cada vez a frase: “Oh Captain, my
captain!”. Não sabe do que estou
falando? Ah, vai ver a série, e o filme.
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