Páginas

27 de abril de 2012

Firefly - A série revolucionária de Joss Whedon


Conheça a série cult e que apesar do curto tempo de exibição, 
continua ganhando fãs até hoje



Antes de comandar o aguardado filme Os Vingadores, o diretor e escritor Joss Whedon já tinha em seu currículo duas séries bem sucedidas, Buffy – A Caça Vampiros e Angel, derivada do programa protagonizado pela Sarah Michelle Gellar.  A sua carreira de sucesso na TV teve fim em 2002, quando foi lançada Firefly, uma série inovadora demais para os padrões televisivos da época e que mesclava western e ficção científica de uma maneira incrivelmente coerente e divertida.

Bom, a ideia de mostrar o convívio de nove pessoas numa nave chamada Serenity em um futuro pós-apocalíptico, no qual o velho - escravidão, prostitutas de luxo, luta de espada, clima de velho oeste americano - e o futuro - representado pela tecnologia avançada, as naves espaciais e o mandarim como segundo idioma – se convergem,  não agradou o canal Fox desde antes do seu início.  Antes de comentarmos sobre a série em si, é importante falar sobre a conturbada história nos bastidores da produção.


A ideia era ousada e a Fox tentou complicar a vida de Joss e da produção a todo instante. Por exemplo, queria tornar o protagonista, o Capitão Malcolm Reynolds menos misterioso e mais “agradável” ao público. Bobagem, o maior trunfo de Firefly são os personagens ricos e bem construídos, principalmente o protagonista, interpretado brilhantemente por Nathan Fillion (que atualmente está em Castle). Ele dá vida a um sujeito enigmático, um pouco rude, às vezes cômico, mas é aquele tipo de personagem intrigante que você se apega não por ser sorridente e simpático, mas pela sua autenticidade e complexidade, pelo seu jeito particular de demonstrar carinho para a sua tripulação. Nathan, o ator, tem carisma de sobra e  consegue passar isso ao personagem, e é assim que ele ganha nossa simpatia. Mas falamos do elenco mais adiante. Vamos à novela.


A Fox começou “enterrando” o seriado já no primeiro dia de sua exibição na TV. A emissora mudou a ordem dos episódios.  Exibiu o episódio de número dois, ao invés de Serenity, o primeiro, no qual os personagens e todo aquele mundo eram apresentados ao espectador, como acontece em qualquer episódio piloto, é a cartilha básica de todo programa de TV que queira conquistar a sua audiência e isto foi tirado de Firefly. Como o público ia se identificar com os personagens sem conhecê-los? Sem saber como eles chegaram na nave e os seus propósitos?  Whedon deve ter ficado puto com isso não é? Além disso, 3 dos 14 episódios produzidos não foram exibidos no canal. Com apenas 12 episódios no ar, a série já tinha fãs apaixonados e que ficaram totalmente arrasados com o seu cancelamento prematuro. 

Para você não se perder, veja a verdadeira lista de episódios na ordem correta.

  1. Serenity
  2. The Train Job
  3. Bushwhacked
  4. Shindig
  5. Safe
  6. Our Mrs. Reynolds
  7. Jaynestown
  8. Out of Gas
  9. Ariel
  10. War Stories
  11. Trash
  12. The Message
  13. Heart of Gold
  14. Objects in Space
Cap. Malcolm, Zoe e Jayne.

Saindo dessa realidade cruel e adentrando um pouco mais no divertido mundo de Firefly, a série tem característica únicas, como a óbvia mistura do sci-fi com o estilo “faroeste” -  sim, espere muitas cenas de “bang bang”  e brigas entre cowboys nos bares -  e apesar de ser uma ficção científica, não há aliens aqui, o futuro é sujo, feio e empoeirado, repleto de desigualdades sociais e num tempo em que existem outros planetas habitáveis,  cada um deles com a sua própria cultura.

Wash, Kaylee e Simon.

A ambientação da série pode não ser, de imediato, muito atraente, mas  lhe dou dois episódios para você mudar de opinião. E lhe dou apenas um episódio para você se apaixonar pelos nove personagens. Alguns podem reclamar que o  seriado “falhou” por causa da ausência de cenas de ação em alguns capítulos, isso pode até ser verdade, mas nos apegamos tanto aos tripulantes, todos com suas próprias características e tão autênticos, que a ação começa a ficar em segundo plano e só de vê-los conversando, com os diálogos mais inteligentes, dinâmicos e engraçados da TV,  já nos sentimos o 10° passageiro da nave.

Inara, Pastor e River.

Malcolm é o capitão da Serenity, o chefe da tripulação.  Seu passado pode ser meio desconhecido, mas seu interesse pela bela Inara, uma prostituta de luxo interpretada pela brasileira Morena Baccarin (Homeland, V) não é nenhum segredo. As cenas de tensão sexual entre eles são sempre interessantes e cômicas. Zoe (Gina Torres) é a amiga de infância do capitão e a segunda no comando. É uma mulher forte, decidida.  Ela também namora o piloto Wash, o brincalhão da turma  e que morre de ciúmes de Zoe. Ele entrou na Serenity apenas para conhecer as estrelas. 

E aí, vai encarar?

Antes de viver o agente brucutu Casey em Chuck, Adam Baldwin viveu outro bronco e insensível nessa série, o Jayne.  A cena em que ele conhece  o capitão é hilária. Kaylee (Jewel Staite) é a mecânica da nave. É a personagem mais fofa e querida da série, dona de um sorriso encantador. Ela acaba se apaixonando pelo médico Simon (Sean Maher), que entra na nave já no primeiro episódio. De família rica, o jovem está fugindo do governo por “roubar” a sua irmã de um experimento secreto.  Por agir com frieza, mesmo que inconscientemente,  o bonitão está sempre atrapalhando os planos de Kaylee de ter algo mais sério com ele.  River (Summer Glau) é a irmã do doutor, esperta, inteligente demais, mas um pouco perturbada. Apesar de ser uma personagem intrigante, nunca sabemos do que ela é capaz, porém é a menos com o qual nos importamos. Isso certamente mudaria se a série vingasse né!  E por fim, tem o sábio Pastor Book (Ron Glass), aquele que põe em discussão toda as questões morais em momentos decisivos e conflituosos que o grupo enfrenta.

O elenco é gigante, como deu para ver. Mas Joss Whedon mostra que tem uma habilidade impressionante em lidar com múltiplos protagonistas. Nenhum deles é dispensável, todos têm os seus momentos. Divertido e genial, cenas de ação bem boladas, personagens bem delimitados e cativantes, efeitos especiais que faz os produtores de Terra Nova morrerem de vergonha, um roteiro bem amarrado e uma premissa inusitada, Firefly é uma raridade, programa obrigatório para qualquer nerd e fã de ficção científica ou para quem busca algo inovador na telinha.

O super elenco reunido em trajes normais.

Todas essas habilidades descritas acima sobre o Whedon, só me faz pensar que não tinha nerd melhor que ele capaz de comandar a aguardadíssima união dos heróis da Marvel na megaprodução Os Vingadores – The Avengers. Aos fãs mais xiitas dos heróis, fiquem tranquilos, o filme está nas mãos certas.

Após o seu cancelamento abrupto e muitos protestos contra a Fox, Firefly começou lentamente a ganhar fãs e tornou-se uma obra cult. Depois de muita batalha do diretor para vender o show para outra emissora, Joss decidiu que o melhor seria fazer um filme,  para sanar todas as dúvidas que a série tinha deixado e para dar um final mais digno à jornada do Capitão Malcolm e sua equipe.  Serenity – A Luta pelo Amanhã chegou aos cinemas em 2005, e os fãs puderam respirar mais aliviados pois finalmente Firefly conseguiu ter um final mais justo e do jeitinho que seu criador e seus fãs apaixonados queriam, sem ninguém metendo o dedo.

Descubra Firefly (assista aqui o trailer), ao lado de Arquivo X e Fringe, uma das melhores séries de ficção de todos os tempos. 

4 comentários:

  1. Eu lembrei de Cowboy Bebop lendo essa resenha sobre firefly. Houve alguma inspiração? Gosto do Joss Whendon. Adorava Buffy. Sei que o cara é genial. A saga que ele criou para x-men parece ser muito legal também.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Pedro, olha,conheço Comboy Bebop, mas nunca o vi. Mas pelo pouco que sei é que o mundo futuristico do anime e da série são bem parecidos, caçadores de recompensas no CB e caçadores de bugigangas no Firefly, além de ter aquela influencia western! Gosto muito de Buffy tambem, mas me apaixonei por Firefly!! hehe!

      Excluir
  2. Firefly consegue ser exótica e tradicional ao mesmo tempo.... mt mt boa... vi a série e o filme e acho que poderia ter rendido pelo menos mais uma temporada.. =[

    ResponderExcluir
  3. Exato Leonardo, Firefly é justamente isso, exótica e tradicional.

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...