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9 de abril de 2012

Espelho, Espelho Meu



Era uma vez, num reino muito, muito distante, uma linda princesa que vivia sofrendo nas mãos de sua madrasta cruel, até que um dia, ela se apaixona por um belo príncipe e blá blá blá. A história é batida, todos nós a conhecemos e já vimos no cinema centenas de adaptações deste conto, porém, nenhuma delas  tinha em seu elenco, a linda mulher Julia Roberts.  Em Espelho, Espelho Meu (Mirror Mirror, 2012) é a atriz de boca grande que rouba a cena, como a madrasta má e alucinada da Branca De Neve.

Depois do sucesso da série de fantasia Once Upon a Time, que recicla grande parte dos personagens dos contos de fadas, inclusive a Branca de Neve, o cinema também decidiu criar outras releituras para o conto da princesinha orfã esse ano, além desse filme, o sombrio Branca de Neve e o Caçador, estrelado pela Kristin Stewart, também aportará nas salas escuras brevemente.  Vale abrir um parênteses aqui: Confesso que estou com medo de que a Stewart  “estrague” a personagem, e para isso acontecer não basta muito, é só ela fazer aquela “cara de dor” presente em toda a saga Crepúsculo.


Angelical, beleza, simpatia, carisma, Lily Collins exala tudo isto na sua versão da Branca de Neve no divertido Espelho, Espelho Meu, dirigido por Tarsem Singh, responsável pelos interessantes A Cela e Imortais.  Lily dá vida à princesa que vive  trancada no castelo pela sua madrasta malvada (Julia Roberts). Depois de desafiar a mulher perversa,  Branca é expulsa do castelo e encontra no bosque adoráveis figurinhas pequenas, os sete anões, com características bem distintas  daquelas apresentadas na série de sucesso e em outros filmes. Os anões protagonizam as cenas mais engraçadas da produção, quando  Roberts não está em cena, claro.


O príncipe charmoso e bobão é vivido por Armie Hammer (os gêmeos de A Rede Social e do recente J. Edgar) que faz um belo casal com a Branca de Neve, e apesar de sua atuação agradar em alguns momentos, em outros, exagera demais nas “caras  e bocas”, mas nada que comprometa o resultado final, porque na verdade, o longa é exagerado, inocente e descaradamente infantil mesmo.


Todo o elenco está ótimo, até o ajudante da madrasta, vivido por Nathan Lane, tem seus bons momentos, mas é Julia Roberts e sua versão maluca e excêntrica da rainha má que se destaca. Logo no início, já rimos com ela e seu comentário irônico  – narrado em off -  sobre a tal história. Ela diz algo assim: “Era uma vez um povo que vivia feliz, cantavam e dançavam o dia inteiro. Sim, ninguém tinha emprego lá, por isso eles cantavam e dançavam  todo o dia...”. Roberts está muito à vontade no papel, é visível ver o quanto está se divertindo com a personagem, e nós também adoramos vê-la em cena.



Espelho, Espelho Meu cumpre o que promete, é bobinho sim, mas diverte e encanta. Mesmo sendo voltado para o público infantil, não tem como não agradar os mais grandinhos. As mudanças acerca dos personagens, principalmente os anões, que aqui não são mineiros, mas ladrões aventureiros, foram bem-vindas e evitou que a adaptação  se tornasse  monótona e "mais do mesmo".  Mas  não se preocupem, o final da história permanece o mesmo, com aquele tradicional happy end bem fofo e com direito até a número musical!

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