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14 de fevereiro de 2012

O Artista e seus protagonistas risonhos




Indicado a 10 Oscars, O Artista, filme mudo francês – mas com atores coadjuvantes hollywoodianos –  merece sim todas as nomeações e prêmios que tem angariado ao longo dos últimos meses, merece crédito pela originalidade e pela ousadia, convenhamos, fazer um longa a la anos 20 em plena época onde o 3D predomina,  é no mínimo corajoso.  Porém, não é o meu favorito para levar o Oscar de Melhor Filme, minha torcida é para Os Descendentes.

O Artista (The Artist, 2011) é descaradamente uma homenagem ao cinema, pois narra uma das evoluções que a sétima arte sofreu na década de 20, o advento do som.  Ambientado entre os anos 1927 e 1932, justamente na época do desaparecimento dos filmes mudos e o surgimento e a popularização dos filmes com sons, que se passa a história do longa de Michel Hazanavicius.

Jean e Bérénice sorriem em P/B.


O francês Jean Dujardin,  está perfeito como o charmoso ator George Valentim, galã dos filmes mudos e que perde seu “espaço” na indústria cinematográfica ao se recusar - orgulhoso do jeito que é - a atuar em filmes sonoros. Seu posto de “queridinho do cinema” é tomado pela sua fã Peppy Miller, interpretada com graça pela linda Bérénice Bejo, que por curiosidade, é franco-argentina nascida em Buenos Aires, e participou do filme Coração de Cavaleiro

Aliás, esta dupla de protagonistas, ambos de sorrisos encantadores e marcantes, é a alma do filme francês. A fotografia é linda, a trilha sonora, como não poderia deixar de ser, é fantástica, mas O Artista  não teria tanto brilho se não fosse pelo talento da dupla principal. E se Jean ou Bérénice levarem o Oscar, será muito bem merecido.



Ah, e tem o cachorro. O fofo Uggie, esse é seu nome, não está indicado ao prêmio da Academia, óbvio, mas já abiscoitou um prêmio por sua “roubada” de cena no filme. Ele ganhou o “Coleira de Ouro”,  Golden Collar,  premiação voltada para as estrelas caninas de Hollywood. Muito bem Uggie.

O Artista começa bem, com o Valentim esbanjando sorrisos largos e enquanto Peppy ainda é só uma fã do astro. Mas o drama começa a cansar no momento em que a carreira do protagonista entra em decadência e a trama toma caminhos bem previsíveis. Aí, a sensação de que já vi essa história antes me acomete, com a diferença de que o filme agora é mudo e em preto e branco.

Bérénice e Jean sorriem em cores também.


Mesmo com essas ressalvas, O Artista, é aquela filme que não se deve julgar pela capa, não é recomendado apenas para cinéfilos e saudosistas, é perfeitamente indicado para esta nova geração, e que muito provável nunca tenha assistido a um filme mudo, possivelmente só conhecem Tempos Modernos com Charles Chaplin, só porque o professor pediu para fazer uma resenha sobre ele. 

É sim uma agradável película, travestida de homenagem ao cinema ou de crítica ao mundo dos espetáculos, cujo maior triunfo é de seus protagonistas. Estes sim, devem ter um futuro mais promissor em produções hollywoodianas daqui para frente.

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